Por Helder Queiroz
O ano de 2020 já pode ser considerado histórico para o mundo em função da pandemia do Coronavírus. Em todos os países, a busca por soluções para atenuar o gravíssimo problema de saúde, bem como as vias para lidar com os decorrentes problemas sociais e econômicos, pauta as agendas governamentais.
Um mercado tão crucial para a história do capitalismo, como o do petróleo, não poderia estar imune aos efeitos da recessão mundial que se desenha.
Curiosamente, a incerteza no mercado de petróleo, desde o início de 2020, já mudou algumas vezes de direção. Cabe recordar aqui, brevemente, que em 3 de janeiro a morte do general iraniano Qasem Soleimani, no Iraque, suscitou grandes preocupações acerca das tensões entre EUA e Irã. Tais tensões geopolíticas levaram, por curto período (menos de uma semana), os preços do petróleo para níveis próximos dos US$ 70 por barril. Porém, a redução nas semanas seguintes do nível de tensão, fez com que o mercado de petróleo voltasse a operar de acordo com os traços estruturais que se manifestam desde a queda do final de 2014, quando os preços abandonaram o patamar em torno dos US$ 100 por barril (gráfico 1).
Continue lendo »