Grupo de Economia da Energia

Archive for the ‘Uncategorized’ Category

Insegurança Energética e Carestia na Privatização da Eletrobras

In Uncategorized on 21/06/2022 at 12:41

O aumento da insegurança energética do país e a aceleração da trajetória de crescimento das tarifas da energia elétrica são os maiores impactos da privatização da Eletrobras. Portanto, apertem os cintos porque o piloto sumiu. . Esse é o tema desse Curta-Circuito 08. O programa é apresentado por Ronaldo Bicalho, pesquisador do Grupo de Economia da Energia do Instituto de Economia da UFRJ.

Estado Nacional de Segurança: O papel do ARPA-E nas inovações do setor de energia norte-americano

In energia, Uncategorized on 15/08/2018 at 00:15

Por Marcelo Colomer

Para Linda Weiss (Weiss, 2014), apesar do rótulo liberal associado à economia estadunidense, o Estado norte-americano criou o mais formidável modelo de desenvolvimento tecnológico, orientado pela demanda do “Estado de Segurança Nacional” por inovações. Para a autora, em vez de relações, relativamente discretas, onde fornecedores de equipamentos de defesa intensivos em tecnologia interagem com demandantes específicos de segurança, a demanda do Estado por inovação nos EUA evoluiu para uma série de estruturas hibridizadas nas quais as linhas entre público e privado, segurança e comércio, militar e civil foram completamente entrecruzadas. Para Weiss, o ativismo do Estado norte-americano na orientação das demandas por inovação não pode ser entendido meramente como uma política industrial, mas como um fenômeno sui generis que emergiu de objetivos profundamente estratégicos.

Desde a Segunda Grande Guerra, o Sistema de Segurança Nacional (NSS) norte-americano prevalece nos setores de elevado risco tecnológico. A demanda por inovação criada pelo estado de Segurança Nacional garantiu, e continua garantindo, as fundações para os setores intensivos em tecnologia (Weiss, 2014). No entanto, para a autora, desde a década de 1980, a supremacia militar norte-americana depende cada vez menos das empresas que compõe o “complexo militar” e cada vez mais das firmas intensivas em tecnologia (high-tech) que se mostram relutantes em trabalhar, diretamente, em projetos militares. Nesse sentido, a manutenção do estado de Segurança Nacional nos EUA depende da crescente capacidade do Estado em buscar novos aliados privados fora dos tradicionais pools de fornecedores militares. Para isso, no entanto, não basta dar as garantias tradicionais de compras estatais. Para as modernas empresas de tecnologia, a difusão comercial de suas inovações mostra-se muito mais atraente do que as estruturas cartelizadas de fornecedores do estado. Continue lendo »

A importância das instituições para a transição energética brasileira

In energia elétrica, Uncategorized on 29/03/2017 at 16:14

Por Clarice Ferraz

Em postagens dos dias 28/09/2015 e 13/07/2015, discutimos aspectos da transição energética e das adaptações à organização do setor elétrico que ela impõe. Na presente postagem, nos dedicamos com mais profundidade à análise das mudanças institucionais que devem ocorrer para que o País avance rumo à descarbonização do seu sistema energético.

Tem-se criado um consenso quanto à necessidade de reforma do sistema elétrico brasileiro (SEB). O marco regulatório, adotado há dez anos, apresenta diversos sinais de esgotamento, tais como desequilíbrios de preços e dificuldade na integração de novas tecnologias de energias renováveis.

As reformas dos mercados de eletricidade são extremamente complexas. É preciso encontrar desenhos de mercado capazes de garantir o equilíbrio do sistema (nos curto, médio e longo prazos), incorporar restrições ambientais (restrições físicas e metas de descarbonização) e atender a demanda, crescente, que muda de perfil. Os múltiplos desafios exigem nível muito elevado de coordenação para serem alcançados, dada a complexidade do conjunto de variáveis supracitadas.

As mudanças que ocorrem no portfólio de recursos da indústria, por sua vez, provocam importantes impactos nos mercados de energia. O aumento da geração intermitente pede ajustes para permitir que os operadores de sistemas adquiram serviços essenciais de confiabilidade para fazer face a episódios de ramping e de ausência de geração, e, também, para compensar os geradores que fornecem esses serviços. Continue lendo »

Pobreza energética, bem-estar e desigualdade

In energia, Uncategorized on 14/03/2016 at 00:15

Por Michelle Hallack e Beatriz Marcoje (*)

michelle032016Este texto busca analisar a questão da pobreza energética a partir da perspectiva do consumo de energia elétrica como meio de garantir o bem-estar dos indivíduos. Identificaremos neste texto como uma definição restrita de pobreza pode motivar um desenho pouco adaptado de políticas de pobreza. Em particular, mostramos como políticas estruturadas sobre a ideia de que a pobreza energética está associada a um baixo consumo de energia (a qual é a hipótese sobre a que se constroem as políticas de pobreza energética no Brasil) não serão suficientemente efetivas.

O excesso de calor é reconhecido como um vilão para a saúde, podendo causar diversos efeitos negativos. O corpo humano mantém sua temperatura interna em torno de 37ºC. Frequentemente, um aumento da temperatura significa um aumento da irritabilidade, menor capacidade de concentração, diminuição da capacidade de trabalhar, alterações nos batimentos cardíacos e na pressão. Quando o ambiente esquenta o corpo tende a esquentar também, mas o “termostato” corporal trabalha para diminuir esta temperatura. A capacidade do corpo em manter a temperatura, os efeitos do trabalho de resfriamento corporal e os efeitos de uma maior temperatura diferem de pessoa para pessoa. Normalmente, as pessoas mais velhas, crianças e pessoas com condições especiais de saúde (problemas cardíacos, obesidade, problemas mentais …) são mais suscetíveis ao excesso de calor. Já em 1982, Kalkstein e Valimont (1982) chamam a atenção para os problemas do calor na saúde humana: o trabalho sublinha que nos Estados Unidos as ondas de calor tinham mais impacto na mortalidade que as ondas de frio. Continue lendo »