Grupo de Economia da Energia

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Mensagem de fim de ano

In energia on 19/12/2011 at 00:19

O Grupo de Economia da Energia agradece aos leitores pela atenção dispensada ao longo do ano de 2011 às discussões sobre energia levadas a cabo neste blog.

Esperando continuar contando com essa atenção em 2012, desejamos um feliz natal e um próspero ano novo a todos aqueles que têm nos acompanhado nesse debate sobre os rumos da energia no mundo e no Brasil.

Observatório de geopolítica da energia I: incertezas críticas globais em tempos turbulentos

In energia on 12/12/2011 at 00:15

Por Renato Queiroz

Os formuladores de política energética e executivos da indústria de energia estão, certamente, nesse  momento debruçados nas análises voltadas a economia da energia  e  a geopolítica energética na busca de um entendimeno do atual cenário mundial que os levem a implantar ações que minimizem os riscos  de abastecimeno energético em seus  países  e  em suas empresas.

Afinal  o mundo atual que convoca revoluções via facebook ,twitter,  pega de surpresa os estrategistas das corporações e de governos que avaliam o complexo mundo da indústria da energia. Métodos tradicionais  e modelos clássicos racionais para prever desempenhos econômicos, preços de combustíveis, inserção de novas tecnologias podem trazer,nesse novo contexto,uma dose de inocência. A sofisticação é uma exigência para o entendimento do imenso leque de informações que as “ redes” nos proporcionam. A geopolítica  da energia que trata das relações entre energia ,economia e políticas dos países pode aumentar o feeling  dos profissionais e reduzir os riscos de suas decisões. Continue lendo »

The evolution of the Brazilian government’s natural gas policy

In natural gas on 05/12/2011 at 00:37

By Marcelo Colomer

Almost a year after Decree 7,382 by the former President of the Republic Luiz Inácio Lula da Silva, a seminar was held in Brasilia on the challenges of the new regulatory framework for the natural gas industry in Brazil. The event occurred in the last 29, from a joint initiative of the Ministry of Mines and Energy (MME), National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP) and Energy Planning Company (EPE).

The main objective of the event was to discuss with the sector agents the main challenges for implementing the new regulatory framework for the natural gas industry. According to the MME Secretary, Marco Antônio Almeida, there is recognition that Act 11,909 and Decree 7,382 do not cover issues relating to gas regulation, thus requiring additional regulatory acts. According to him, this is a major challenge for MME and ANP. Helder Queiroz, ANP Director, states that development of new resolutions and ordinances and review of regulatory acts in force are essential to bind ANP rules to the new industry’s regulatory framework. Continue lendo »

A evolução da política de gás natural do governo brasileiro

In gás natural on 05/12/2011 at 00:15

Por Marcelo Colomer

Quase um ano após a sanção do Decreto 7.382, pelo então Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, foi realizado em Brasília um seminário sobre os desafios do novo marco regulatório da indústria de gás natural no Brasil. O evento ocorreu no último dia 29 a partir de uma iniciativa conjunta do Ministério de Minas e Energia (MME), da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Empresa de Planejamento Energético (EPE).

O principal objetivo do evento foi discutir com os agentes do setor os principais desafios existentes na implementação do novo marco regulatório da indústria de gás natural. Segundo o Secretário do MME, Marco Antônio Almeida, há o reconhecimento do que a Lei 11.909 e o Decreto 7.382 não esgotam as questões referentes à regulamentação do gás, exigindo assim atos normativos complementares. Segundo o secretário, esse é o principal desafio não só do MME como também da ANP. Para o Diretor da ANP, Helder Queiroz, ao lado do desenvolvimento de novas resoluções e portarias, a revisão dos atos normativos já existentes é fundamental para se aumentar a aderência das normas da ANP ao novo marco regulatório da indústria. Continue lendo »

Pré-sal: um obstáculo para as energias renováveis?

In energias renováveis, petróleo on 28/11/2011 at 00:10

Por Edmar de Almeida

Os recentes acidentes com derramamento de petróleo no Golfo do México e agora na Bacia de Campos colocam em tela um questionamento à exploração do Pré-sal brasileiro: Não estaria o Brasil entrando numa aventura desnecessária com a iminência da substituição do petróleo por fontes de energia renováveis?

Este questionamento está ligado à idéia de que o petróleo é uma energia do passado e que não vale a pena mobilizar recursos da sociedade em um negócio fadado a encolher e desaparecer rapidamente. Esta idéia não tem sustentação na realidade dos fatos.

Os estudos de previsão da matriz energética mundial apontam para um papel do petróleo e do gás natural ainda dominante no horizonte de longo-prazo. Segundo a Agência Internacional de Energia, estas fontes de energia, em conjunto com os demais combustíveis fósseis, deverão representar 75 % da matriz energética mundial em 2035, no cenário mais otimista para as energias renováveis.

Esse tipo de previsão é confirmado por outras agências governamentais e pelas principais empresas energéticas mundiais. Podemos dizer que o petróleo e o gás conservarão um papel destacado na longa transição para uma economia descarbonizada. Nesse sentido, o Pré-sal constitui uma expressiva vantagem comparativa para o Brasil. Nosso país poderá assumir um papel de destaque na transição energética, não apenas devido à sua grande dotação de petróleo e gás, mas também em função do seu potencial significativo de recursos renováveis. Continue lendo »

Pre-salt: an obstacle to renewable energy?

In oil, renewable energy on 28/11/2011 at 00:09

By Edmar de Almeida 

Recent accidents involving oil spillage in the Gulf of Mexico and now in the Campos Basin raise an issue on Pre-salt exploitation in Brazil: Would Brazil going through an irrelevant adventure with the imminence of substituting renewable energy sources by oil?

This question is linked to the idea that oil is a former energy and there is no worth to mobilize society’s resources in a business doomed to shrink and disappear quickly. This idea has no support nowadays.

Prediction studies of global energy matrix show oil and natural gas still prevailing in long-term horizon. According to the International Energy Agency, these energy sources, together with other fossil fuels, will account for 75% of global energy matrix in 2035, the most optimistic scenario for renewable energies.

This type of prediction is confirmed by other government agencies and major energy companies worldwide. We can say that oil and gas will keep a prominent role in the long transition to a decarbonized economy. Thus, Pre-salt is a significant comparative advantage for Brazil. Our country could take a leading role in the energy transition, not only because of its large endowment of oil and gas, but also because of its significant potential for renewable resources. Continue lendo »

The future of biofuels X: the two sugar rushes

In biofuels on 21/11/2011 at 00:30

By José Vitor Bomtempo

In the rush to develop new processes and products that will compose the bio-industry of the future, searching for suitable feedstocks is a strategic point, especially in the case of biotechnology-based processes. As some innovative projects try to overcome the original stage and make scale up to demonstration and commercial one, ensuring access to feedstocks becomes critical. For many of these processes, and probably for the most innovative ones, sugar is feedstock of choice.

As a consequence, a real sugar rush similar to gold rush for bioprocesses occurs. In fact, evidenced in recent months not only one but two sugar rushes: a more immediate and commercial / strategic nature one, in order to ensure the best sugar that exists today – the Brazilian sugarcane – and other one with technological nature to seek the plentiful sugar existing in plants in general (2/3 of the lignocellulosic material is composed of sugars: cellulose and hemicellulose). Continue lendo »

O futuro dos biocombustiveis X: as duas corridas do açúcar

In biocombustíveis on 21/11/2011 at 00:15

Por José Vitor Bomtempo

Na corrida para desenvolver os novos processos e produtos que formarão a bioindústria do futuro, a busca por matérias primas adequadas, principalmente no caso dos processos baseados em biotecnologia, é um ponto estratégico. À medida que alguns projetos inovadores tentam ultrapassar o estágio piloto e fazer o scale up para o de demonstração e o comercial, a garantia do acesso à matéria prima torna-se crítica. Para muitos desses processos, e provavelmente para os mais inovadores, o açúcar é a matéria prima de eleição.

Instala-se em consequência uma verdadeira corrida do açúcar que tem ares de uma corrida do ouro para os bioprocessos. Aliás, evidenciaram-se nos últimos meses não apenas uma, mas duas corridas do açúcar: uma mais imediata e de natureza comercial/estratégica para assegurar o melhor açúcar que existe hoje – o da cana de açúcar brasileira – e a outra de natureza tecnológica para buscar o abundante açúcar que existe nas plantas em geral  (2/3 do material lignocelulósico é composto de açúcares: celulose e hemicelulose). Continue lendo »

A maldição dos recursos naturais

In petróleo on 14/11/2011 at 00:15

Por Luciano Losekann(*) e Thiago Periard do Amaral(**)

1 – Introdução – A associação entre a riqueza mineral de um país e o baixo dinamismo de sua economia foi observada por vários autores, dando origem à tese da maldição dos recursos naturais. Muitas vezes, essa relaçao é verificada em países ricos em petróleo.  Autores internacionalmente reconhecidos, como Moisés Naím (2011) e Daniel Yergin (2011), citam a emergência e consolidação de alguns países em situações classificadas por ambos como Petro-Estados.

O Petro-Estado é a situação crítica onde a abundância de recursos petrolíferos é canalizada para o atendimento de demandas econômicas de grupos específicos dentro de um Estado, gerando assim um situação em que os benefícios trazidos pela renda do petróleo são gozados de forma privada em detrimento do desenvolvimento social da nação produtora.

No estudo aqui apresentado, é testada de forma simplificada a validade da hipótese de menor crescimento econômico de países com abudância de petróleo, utilizando dados recentes.

2 – A tese da maldição dos recursos naturais (MRN)

Desde os anos 50, a abundância em recursos naturais tem sido vista como insuficiente,  até como um entrave, para promover o desenvolvimento econômico. Autores cepalinos como Prebish (1950) e Singer (1950) já discorreram sobre a armadilha em que os grandes produtores de produtos primários se encontram ao se especializarem na produção destes bens básicos deixando de lado as oportunidades e os ganhos de escala e escopo presentes no processo industrializante. Continue lendo »

Reduction of CO2 emissions: distributing costs and sacrifices

In energy on 07/11/2011 at 00:49

By Ronaldo Bicalho

According to our last article, thinking about the transition between the current economy based on intensive use of fossil fuels and a future economy relying on renewable energy as a defined process with a single trajectory, a single timing and unique content, is a simplification that does not help in understanding the nature of this transition, its possibilities and hindrances.

Indeed, the transition is an undefined and open process with multiple paths, content and possible times.

In other words, there is no a single transition, but various transitions.

In this sense, analyzing nowadays the possible evolution of the energy sector in the world involves the analysis of these various transitions.

Mapping transitions

To identify these different possibilities of transition it is essential to map the different ways of noting the trade-off energy security versus climate change and the various forms of facing it.

Thus, we can consider generally the reduction in the intensity of the climate change process as the main objective and, thereafter, to evaluate the type of negative impact (cost) the reduction of CO2 emissions has on energy security, according to several hypotheses to achieve this reduction. Continue lendo »

Redução das emissões de CO2: distribuindo custos e sacrifícios

In energia on 07/11/2011 at 00:12

Por Ronaldo Bicalho

Segundo a nossa última postagem, pensar a transição entre a atual economia baseada no uso intensivo dos combustíveis fósseis  e uma futura economia sustentada nas energias renováveis como um processo definido, com uma trajetória única, um timing único e um conteúdo único, é uma simplificação que não ajuda no entendimento da natureza dessa transição, de suas possibilidades e de suas dificuldades.

A transição, de fato, é um processo indefinido e aberto, com várias trajetórias, conteúdos e tempos de duração possíveis.

Em outras palavras, não há uma transição única, mas várias transições.

Nesse sentido, analisar as possibilidades de evolução do setor de energia no mundo hoje implica na análise dessas várias transições.

Mapeando transições

Para se identificar essas diferentes possibilidades de transição é fundamental mapear as distintas maneiras de se perceber o trade-off segurança energética versus mudança climática e as diversas formas de enfrentá-lo.

Para isso, pode-se considerar, em termos gerais, que a redução da intensidade do processo de mudança climática seja o objetivo principal e, a partir daí, se avaliar qual o tipo de impacto negativo (custos) que a redução das emissões de CO2 tem sobre a segurança energética, em função de diferentes hipóteses para a obtenção dessa redução. Continue lendo »

Políticas de incentivo para as energias renováveis

In energias renováveis on 31/10/2011 at 00:15

Por Jacqueline Batista Silva

Em texto anterior, vimos a fatia de crescimento que a economia verde é capaz de gerar. Numa iniciativa inovadora, foi escrito um relatório indicativo do crescimento promovido pela energia verde utilizando como parâmetro a quantidade de empregos gerados na área nos Estados Unidos. Esse estudo foi importante para melhor qualificar e justificar o investimento em energia ambientalmente limpa e renovável,  principalmente em momentos como atual, caracterizado por uma grave crise econômico-financeira. Essa primeira iniciativa em mensurar o papel desse setor econômico no quadro econômico geral surpreendeu quanto ao ritmo de crescimento e a capacidade de abarcar mão-de-obra em tempo de crise de maneira muito mais ampla que os empregos tradicionais – o que representa crescimento de toda a cadeia de desenvolvimento.

Outro estudo se apresenta de grande importância para a economia desse setor energético.  Trata-se de um estudo do World Resource Institute (WRI), apresentando as melhores políticas a serem empregadas visando à implantação e à utilização de energias renováveis a partir do estágio de maturidade da tecnologia envolvida em cada caso: Is The Fit Right? Considering Technological Maturity in Designing Renewable Energy Policy. Seu o objetivo é propor o reconhecimentodo mix correto de políticas institucionais a fim de promover inovação em energias renováveis. O estudo menciona também algumas das iniciativas públicas norte-americanas de incentivo. Neste texto, apresentaremos as sugestões do WRI para promover o desenvolvimento dessas tecnologias responsáveis pela maior inserção da energia renovável no mercado. Continue lendo »

Exploration and production of oil and gas in deep waters: evolution and trends – Part II

In natural gas, oil on 24/10/2011 at 00:50

By Thales Viegas

Our last article concerning E&P in deep waters attempted to place this industry segment in the deepest part of Global Oil Industry (GOI). This approach aims to analyze the oil activities in Brazil carried out in great depths. It demonstrates the high rate of exploitation success and leadership of the country in regard to the greatest discoveries of the decade. It debates the virtuous circle on new discoveries. It considers the Brazilian remaining potential and high degree of attractiveness, in general, and the Pre-salt province, in particular. It highlights that the magnitude of reservoirs and quality of hydrocarbons found are relevant stimuli for international oil companies.

Pre-salt has been showing one of the largest oil structures in the world. In Brazil, Pre-salt pushed up the success rate in drilling wells. Table 1 shows the extraordinary success of the drilling in the Pre-salt, in the Lula field (former Tupi), in the Santos Basin. Pre-salt province’ success average is greater than world’s one. This indicates that the exploration risk in this environment has been low in the Pre-salt in relation to the alternatives around the world. By the early 2000s the national average was consistent with average rate of success in the world, which has ranged around 25%. Continue lendo »

Exploração e produção de petróleo e gás em águas profundas: evolução e tendências II

In gás natural, petróleo on 24/10/2011 at 00:43

Por Thales Viegas

A nossa última postagem sobre E&P em águas profundas procurou situar esse segmento setorial no bojo da Indústria Mundial do Petróleo (IMP). A presente abordagem se propõe a analisar as atividades petrolíferas em grandes profundidades que são executadas no Brasil. Demonstra o alto índice de sucesso exploratório e a liderança do país no que tange às maiores descobertas da década. Discute o circulo virtuoso criado em torno das novas descobertas. Discorre sobre o potencial remanescente e o alto grau de atratividade que possui o Brasil em geral, e a província do pré-sal, em particular. Destaca que a magnitude dos reservatórios e a qualidade dos hidrocarbonetos encontrados são fortes atrativos para as petroleiras internacionais.

O pré-sal vem demonstrando possuir uma das maiores estruturas geradoras de petróleo do mundo. No Brasil, o pré-sal pressionou para cima o índice de sucesso na perfuração de poços. A tabela 1 mostra o sucesso excepcional das perfurações do pré-sal no pólo de Lula (Ex-Tupi), na Bacia de Santos. Fica evidente a superioridade da média de sucesso na província do pré-sal em relação à média mundial. Isso denota que o risco exploratório nesse ambiente tem sido baixo no pré-sal em relação às alternativas ao redor do mundo. Até o início dos anos 2000 a média nacional era compatível ao índice médio de sucesso no mundo, que tem variado em torno de 25%. Continue lendo »

O vencimento das concessões do setor elétrico brasileiro: a busca de uma solução política e estratégica

In energia elétrica on 17/10/2011 at 00:15

Por Renato Queiroz

O vencimento das concessões do setor elétrico que atingirá diversos ativos a partir de 2015 é um tema estratégico e que merece um  entendimento sob diversos ângulos. Duas visões opostas têm chamado a atenção. As análises apresentadas por  entidades que representam a indústria como a FIESP e de especialistas através  de Associações ou ONGs, como é o caso do  ILUMINA – Instituto de desenvolvimento  estratégico do setor energético. A grande controvérsia é se as concessões deverão ser prorrogadas ou licitadas. Esse debate tem motivado  questionamentos a respeito do encaminhamento mais adequado para a questão do término das concessões.

Percebe-se que, para muitos, falta uma compreensão clara do problema.  Afinal, quem não acompanhou os processos de reformas que ocorreram no complexo setor de energia elétrica nos últimos anos não entende com facilidade as avaliações tão controversas sobre o tema. Esse cenário tem motivado uma intensa discussão a respeito do encaminhamento mais adequado para a questão do término das concessões.

Nesse sentido, nesta postagem serão destacados  alguns pontos sobre esse tema específico de forma  a levar o leitor a tirar suas próprias conclusões.  Tais considerações estão   baseadas sobretudo nas análises já desenvolvidas e expressas  nos documentos das entidades citadas acima. Continue lendo »

O que queremos fazer com o gás brasileiro?

In gás natural on 10/10/2011 at 00:15

Por Marcelo Colomer

Segundo estimativas da Empresa de Planejamento Energético (EPE), a produção líquida de gás natural no Brasil deverá passar dos atuais 100 para cerca de 150 MMm3/dia em 2025 (PNE 2030). Tais estimativas ainda podem ser revistas para cima em consequência dos recentes investimentos realizados na área do pré-sal, principalmente em campos com gás associado. Nesse novo contexto de oferta surgem duas questões: a) Existe internamente demanda para o gás nacional? e; Qual será o papel do gás natural na matriz energética brasileira?

Pesquisas realizadas pelo Grupo de Economia da Energia da UFRJ mostram que, no Brasil, a demanda potencial de gás natural em 2025 deverá oscilar entre 146 e 161 MMm3/d. O elevado valor das estimativas acima explica-se, em grande parte, pelo aumento do consumo de gás natural no segmento termelétrico. Tal elevação no consumo térmico tem como explicação o crescimento da demanda por eletricidade fruto do crescimento econômico e o novo perfil do sistema hidroelétrico brasileiro, em que se projeta um aumento da participação das hidroelétricas a fio d’água ou de pequeno reservatório. Dessa forma, acredita-se tanto num aumento dos despachos térmicos na base quanto em um aumento da freqüência e dos volumes dos despachos sazonais.

Além das especificidades do sistema de geração elétrica brasileiro, a expansão do consumo de gás no segmento termelétrico está de acordo com as características técnicas e econômicas da indústria de gás natural. As elevadas economias de escala e as especificidades de ativos associadas ao transporte do energético exigem que os investimentos em novos gasodutos ocorram de forma simultânea ao desenvolvimento de um mercado com demanda suficientemente grande para justificar a construção da infraestrutura de transporte. Nesse sentido, de forma geral, o segmento industrial mostra-se incapaz de ancorar a construção de um gasoduto para um novo mercado uma vez que, individualmente, o consumo de uma indústria não justifica as escalas mínimas eficientes dos investimentos em ativos de transporte de gás natural. É por esse motivo que, na maior parte dos países, o setor termelétrico tem sido utilizado como âncora do desenvolvimento e da expansão da indústria de gás natural, principalmente em novos mercados regionais. Continue lendo »

Environmental regulation: an obstacle to shale gas extraction?

In natural gas on 03/10/2011 at 00:15

By Edmar de Almeida & Luiz Suárez 

Shale gas is a type of unconventional natural gas in low permeability sedimentary formations. Unlike conventional gas, which migrates from rocks to reservoir rocks, this unconventional gas is trapped, because the low permeability hinders its escape. This characteristic prevented for a long time such gas extraction of, since there were no technologies able to promote its removal from shale formations.

Due to horizontal well drilling and hydraulic fracturing advent this paradigm has been overcome. This process consists of pumping sand and water under high pressure with other chemicals in the well in order to fracture the shale formations through slots opened initially by using “perforating gun”, allowing the release of gas from sedimentary formations into the well.

This technique was responsible for increasing greatly the recoverable natural gas resources of the world. In the USA, for example, 24 trillion out of 71 trillion cubic meters of total recoverable reserves is related to reserves of shale gas, according to International Energy Agency (IEA). This scenario changed significantly, and USA, as former LNG importer, became one of potential natural gas exporters.

By confirming that it was possible to extract gas from shale formations, natural gas already considered as a transition fuel to clean energy sources had this role reaffirmed. Not everything is a bowl of cherries; this new opportunity to obtain natural gas has been accompanied by questions about the negative impacts that hydraulic fracturing may cause on the environment. Continue lendo »

Regulação ambiental: um entrave para a extração do gás de xisto?

In gás natural on 03/10/2011 at 00:14

Por Edmar de Almeida e Luiz Suárez

O shale gas ou gás de xisto é um tipo de gás natural não convencional que se encontra em formações sedimentares de baixa permeabilidade. Diferentemente do gás convencional, que migra das rochas onde foi formado para rochas reservatórios, este gás não convencional fica aprisionado, pois a baixa permeabilidade dificulta o seu escape. Esta característica inviabilizou por muito tempo a extração deste tipo de gás, visto que não havia tecnologias capazes de promover a retirada do mesmo de dentro das formações de xisto.

Com a perfuração horizontal dos poços e o advento do fraturamento hidráulico este paradigma foi superado. Este processo consiste em bombear, sob alta pressão, um composto de água e areia junto com outros produtos químicos no poço a fim de fraturar as formações de xisto através de fendas abertas inicialmente por um instrumento conhecido com “perforating gun”, permitindo a liberação do gás das formações sedimentares para o poço.

Esta técnica foi responsável por aumentar enormemente os recursos mundiais de gás natural recuperáveis. Nos EUA, por exemplo, dos 71 trilhões de metros cúbicos de reservas totais recuperáveis, 24 trilhões são referentes às reservas de gás de xisto, segundo a Agência internacional de energia (IEA). A mudança de cenário foi tal que os EUA passaram de importadores de GNL para potenciais exportadores de gás natural.

Com a constatação de que era possível extrair gás das formações de xisto, o gás natural que já figurava como um combustível de transição para fontes energéticas mais limpas teve esse papel reafirmado. Mas como nem tudo é um mar de rosas, esta nova oportunidade de obtenção de gás natural veio acompanhada de algumas questões sobre os impactos negativos que o fraturamento hidráulico pode causar sobre o meio ambiente. Continue lendo »

Setor elétrico brasileiro: mimetismo e fragmentação

In energia elétrica on 26/09/2011 at 00:10

Por  Roberto Pereira d´Araujo

Olhado sob uma perspectiva de dez ou até vinte anos, não se pode dizer que, atualmente, o setor elétrico brasileiro esteja estagnado ou ameaçado de um novo racionamento. Percebe-se um aumento de interrupções de grande porte, mas elas são muito mais um problema de coordenação e gestão do que de falta de investimento em geração. Também parece ser evidente que existem falhas graves na fiscalização das empresas distribuidoras que mostram um aumento do seu índice de desligamentos, além de outros defeitos ameaçadores à segurança dos cidadãos.

Mas, o que parece ser indiscutível e surpreendente é que, por alguns motivos, perdemos a vantagem comparativa da energia a preços módicos. Confrontos com sistemas de matriz energética semelhante são tão díspares, que não resistem nem às possíveis dúvidas sobre câmbios ou impostos. Ao mesmo tempo, passamos a ter uma estrutura extremamente complexa, tornando um setor de tecnologia bastante conhecida num grande mistério para a maioria das pessoas. A razão está ligada ao fato do Brasil ter passado por uma mudança profunda de paradigma em tempo recorde.

A nossa experiência não foi uma simples aplicação de uma fórmula de sucesso em outros países. A transposição exigiu uma complexa, subjetiva e ainda incompleta adaptação. Conseqüência direta, o ambiente de regulação e comercial apresenta sintomas de inquietude e instabilidade. Sendo a energia elétrica brasileira advinda de uma riqueza natural e renovável, é preocupante o surgimento de indícios de que essa complexidade possa estar ocultando a captura de vantagens não isonômicas entre consumidores. Num país com tantas carências sociais, essa é uma questão relevante. O presente artigo procura esclarecer essas polêmicas. Continue lendo »

Energy security and climate change: the hard convergence

In energy on 19/09/2011 at 00:30

By Ronaldo Bicalho

Two main issues dominate the current debate about energy: climate change and energy security.

Initially, these issues belong to different areas of public policy; however, the recent development of events, both in energy and environment levels, made the interdependence between them increases significantly.

According to this, the peculiarity of the current moment is not simply the presence of the environmental issue – climate change – in the energy debate, but the prominence acquired by the subject in the evolution of the current energy situation. As a result, it is not enough to recognize the need to incorporate the environmental variable in the debate, but recognize the need to incorporate it as a relevant issue as energy issue (energy security) is addressed.

The need to balance environmental and energy dimensions in the discussion on energy results from the strong presence of fossil fuels in both climate change and energy security.

For the environment area , fossil fuels are the main cause of climate change as a function of temperature increase generated by the concentration of greenhouse gases in the atmosphere; in particular, the CO2 from burning fuels.

For the energy area, fossil fuels play a key role for ensuring the energy supply necessary for economic development and social welfare, due to a set of attributes – capacity of storage, density, availability and control – which allows the use of these fuels at scale levels and cost extremely advantageous. Continue lendo »

Segurança energética e mudança climática: a difícil convergência

In energia on 19/09/2011 at 00:10

Por Ronaldo Bicalho

Duas questões fundamentais dominam o debate contemporâneo sobre energia: mudança climática e segurança energética.

A princípio, essas questões pertencem a áreas de políticas públicas diferentes, contudo, a evolução recente dos acontecimentos, tanto no âmbito energético quanto no ambiental, fez com que a interdependência entre elas crescesse de forma significativa.

Face a isto, a peculiaridade do atual momento não se encontra simplesmente na presença do tema ambiental – mudança climática – no debate sobre energia, mas no protagonismo adquirido por esse tema na evolução do quadro energético atual. Em consequência, não basta reconhecer a necessidade de incorporar a variável ambiental no debate, mas reconhecer a necessidade de incorporá-la como uma questão de primeira ordem, em igualdade de condições com o tema energético por excelência que é a segurança energética.

A necessidade de se colocar as dimensões ambiental e energética no mesmo patamar na discussão sobre energia é fruto da presença marcante dos combustíveis fósseis tanto na mudança climática quanto na segurança energética.

Para a área de meio ambiente, os combustíveis fósseis constituem a principal causa da mudança climática, em função do aumento da temperatura gerado pela concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera; em particular, do CO2 emitido pela queima desses combustíveis.

Para a área de energia, os combustíveis fósseis desempenham um papel fundamental na garantia do suprimento de energia necessário ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social; graças a um conjunto de atributos – estocabilidade, densidade, disponibilidade e controle – que permite a utilização desses combustíveis em níveis de escala e custo extremamente favoráveis. Continue lendo »

Matriz de geração de eletricidade no horizonte 2030: O papel das termelétricas a gás natural

In energia elétrica on 12/09/2011 at 00:14

Por Luciano Losekann

Em postagem anterior foram analisados os determinantes e as implicações do regime complementar de operação das termelétricas a gás natural no Brasil. Nessa postagem, será explorado  um cenário de longo prazo para o papel das termelétricas a gás natural no Brasil. Para tanto, serão apresentadas as projeções da matriz de geração e do despacho de centrais termelétricas no horizonte 2030 construídas a partir de modelos desenvolvidos pelo Grupo de Economia da Energia (GEE).

Para projetar a evolução da capacidade instalada, foi considerado o balanço entre carga de eletricidade e garantia física das usinas. Partindo de um cenário de crescimento do PIB de 4,5% a.a., a análise econométrica indica que a demanda de eletricidade teria um aumento médio de 4,8% a.a.. Para compor a expansão de capacidade de geração que atenderia com segurança essa evolução do consumo[1], assumimos que as centrais incluídas no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2020 serão implementadas e utilizamos algumas hipóteses sobre as fontes de geração de eletricidade.

A hipótese central desse exercício é que a diretriz de política energética será a de privilegiar as fontes de geração renováveis e as usinas termelétricas servirão como ajuste para atender a necessidade de entrada de capacidade. Continue lendo »

The future of biofuels IX: The diversity of strategies and future of bio-economy – by comparing Shell, Braskem and Amyris

In biofuels on 05/09/2011 at 00:30

By José Vitor Bomtempo

In previous articles, we have studied the oil companies’ biofuels strategies. In particular, we discussed the Shell, BP, Total and Petrobras’ activities. The main conclusion from these analyzes is a diversity of view and approach to “biofuels” business.

In this article we will extend the discussion about the diversity of strategies that can be observed in the development of bio-economy, by comparing Shell, Braskem and Amyris. This comparison illustrates the remarkable variety of strategies for innovation and entrepreneurial initiatives that indicates the construction of the bio-products industry.

There are many ongoing projects worldwide involving technology-based start-up alongside companies established in different industries such as oil & gas, chemical, biotechnology, and agribusiness. How have companies been building their history in the new industry? Are these strategies converging or diverging? Continue lendo »

O futuro dos biocombustiveis IX: A diversidade de estratégias e o futuro da bioeconomia – comparando Shell, Braskem e Amyris

In biocombustíveis on 05/09/2011 at 00:10

Por José Vitor Bomtempo (*)

Em postagens anteriores, exploramos as estratégias das empresas de petróleo em biocombustíveis. Em particular, discutimos os movimentos de Shell, BP, Petrobras e Total. A principal conclusão a que se pode chegar a partir dessas análises é a de uma diversidade de visão e de abordagem do negócio “biocombustíveis”.

Na postagem de hoje vamos estender a discussão sobre a diversidade de estratégias que podem ser observadas no desenvolvimento da bioeconomia fazendo uma comparação entre Shell, Braskem e Amyris. Essa comparação ilustra a notável variedade de estratégias de inovação e de iniciativas empreendedoras que marca a construção da indústria de bioprodutos.

São centenas de projetos em andamento pelo mundo afora envolvendo start-ups de base tecnológica ao lado de empresas estabelecidas em diferentes indústrias tais como petróleo e gás, química, biotecnologia, e  agroindústria. Como as empresas estão construindo suas trajetórias na nova indústria? Essas estratégias são convergentes ou divergentes?

Procurar uma tipologia das estratégias e iniciativas pode ajudar na compreensão do processo em curso. Esta postagem é uma tentativa inicial de buscar elementos para a construção dessa tipologia. Continue lendo »

A energia verde como um negócio

In energias renováveis on 29/08/2011 at 00:15

Por Jacqueline Batista Silva

A maioria das considerações sobre a energia verde apresenta como motivador para a sua utilização a questão ambiental. Essa abordagem começa a ser substituída. Ao avaliar as possibilidades da economia verde na economia mundial em crise é possível encontrar resultados interessantes.

Por muito tempo, temas como “economia verde” ou “utilização de fontes renováveis de energia em processos produtivos” fizeram parte de uma abordagem sobre mudança climática ou manutenção da qualidade da vida humana no futuro. Dizia respeito a alguma utilização consciente de recursos energéticos, mas sem a devida análise do fator econômico.

Para preencher essa lacuna a The Brookings Institution lançou em Julho deste ano um relatório intitulado Sizing The Clean Economy, em que avalia do ponto de vista econômico – tomando como eixo a geração de empregos – o papel da economia verde nas regiões metropolitanas dos Estados Unidos.

O relatório – um dos mais claros e atualizados desse setor econômico – menciona uma grande dificuldade em mensurar todo o alcance dos empregos gerados pela economia verde, mas ainda assim, nenhum setor da economia americana tem sido mais celebrado como fonte de renovação econômica e geração de empregos.

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Política, regulação do petróleo e rodadas de licitação

In petróleo on 22/08/2011 at 00:15

Por Luis Eduardo Duque Dutra (*)

É o bom momento para uma rodada de licitação de blocos. Assim que a decisão for tomada, tudo está pronto para que seja imediatamente iniciado o rito administrativo e legal para fazermos a 11ª rodada até o final do corrente ano. Já existe a aprovação do CNPE das áreas localizadas em novas fronteiras e bacias terrestres nas regiões do Nordeste e do Norte do País. A exploração leva investimento a áreas rurais sem vocação agrícola. Para realizá-la, falta a promulgação pela Presidência da República da Resolução do CNPE. Por isso, vale a pena insistir na oportunidade política, interna e externamente e na oportunidade econômica, tanto em termos de planejamento, quanto em termos de regulação, da realização de um certame licitatório de dimensão não somente nacional, mas também internacional.

O petróleo tem um simbolismo histórico inegável. No Brasil, em meados do século passado, ajudou a forjar o Estado e a vertente do desenvolvimento nacionalista e soberano, ainda que longe de ser equitativo à época. Mais de meio século depois, já no século XXI, novamente sobre um governo de orientação nacionalista, o Brasil atingiu a auto-suficiência e, logo depois, a Petrobrás descobriu as reservas do pré-sal. Foram décadas para chegar à auto-suficiência e serão apenas alguns anos para mudar o paradigma energético que ancorou o crescimento do País até agora. Continue lendo »

Exploration and production of oil and gas in deep waters: evolution and trends – Part I

In natural gas, oil on 15/08/2011 at 00:30

By Thales Viegas

The offshore exploration and production of hydrocarbons is not new. The first activities would have occurred even at the beginning of last century, in the Gulf of Mexico, USA. They were performed from the adaptation of equipment and onshore exploration techniques. Since then, many technology and operating changes in the oil and gas upstream have occurred. And then, many features previously considered inaccessible or uneconomical have become the object of interest and economically recoverable reserves.

This article will address the potential for discovering resources and the level of reserves in deep waters. Continue lendo »

Exploração e produção de petróleo e gás em águas profundas: evolução e tendências I

In gás natural, petróleo on 15/08/2011 at 00:10

Por Thales Viegas

A exploração e produção offshore (no mar) de hidrocarbonetos não é recente. As primeiras atividades teriam ocorrido ainda no início do século passado, no Golfo do México, Estados Unidos. Elas eram realizadas a partir da adaptação de equipamentos e técnicas da exploração em terra. Desde então, até os dias atuais, ocorreram muitas transformações tecnológicas e operacionais nesse segmento do upstream da produção de petróleo e gás. A partir delas, muitos recursos antes considerados inacessíveis, ou inviáveis economicamente, passaram a ser objeto de maior interesse e se tornaram reservas economicamente recuperáveis.

Nesta postagem inicial serão abordados o potencial de descoberta de recursos e o nível de reservas em águas profundas.

Inicialmente é importante registrar que o intenso desenvolvimento tecnológico associado ao segmento offshore resulta de pesquisas, inovações tecnológicas e operacionais que vêm permitindo uma constante redução de custos na exploração e produção. Cumpre notar, inclusive, que foi a partir da exploração offshore que se intensificaram as relações entre as petroleiras, as para-petroleiras e as instituições de pesquisa. Isso teria resultado no aumento das atividades de P&D e em um grande avanço tecnológico desde a década de 1960 até a presente década. Continue lendo »

Fossil fuels and global warming in the complex energy policy game

In energy on 08/08/2011 at 00:30

By Renato Queiroz

By formulating and re-evaluating energy policies, countries face an issue: future energy matrixes should reflect the actions to decrease at an increasing rate the burning of oil, natural gas and coal, in order to stop the increasing concentration of (CO2) carbon dioxide emissions. This issue is followed by reports made by recognized organizations, such as those by Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), warning that if such actions do not occur there will be rising of sea level, droughts in some regions, climate changes, etc.

Another example is the document published by the Asian Development Bank, on August 2, 2011, “Asia 2050”, whose findings were published recently by the press.  Established in 1966, such institution, whose objective is to promote economic growth for developing countries in Asia, warns in the document mentioned that the impact of climate change is among the main obstacles to the region to recover the dominant economic position before the Industrial Revolution. Continue lendo »

Os combustíveis fósseis e o aquecimento global no intrincado jogo da política energética

In energia on 08/08/2011 at 00:15

Por Renato Queiroz

Ao formularem e reavaliarem as políticas energéticas, os países enfrentam uma questão: as futuras matrizes energéticas devem refletir as ações que diminuam em ritmo crescente a queima do petróleo, gás natural e carvão, na busca de frear o aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Essa questão vem acompanhada de relatórios de organizações respeitadas, como aqueles do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), advertindo que se tais ações não se concretizarem haverá elevação dos oceanos, secas em determinadas regiões, alterações no clima, etc.

Outro exemplo é o documento publicado pelo Banco Asiático de Desenvolvimento, em 2 de agosto de 2011, “A Ásia 2050”, e cujas conclusões foram divulgadas recentemente pela mídia.  Essa instituição, fundada em 1966 e cujo objetivo é promover o crescimento econômico para países em desenvolvimento na Ásia, alerta, nesse documento, que o impacto das mudanças climáticas está entre os principais entraves, para que a região recupere a posição econômica dominante que tinha antes da Revolução Industrial. Continue lendo »

A questão dos royalties: justiça social ou guerra fiscal

In petróleo on 01/08/2011 at 00:10

Por Marcelo Colomer

O apelo do presidente do senado José Sarney para que os governadores dos estados produtores e não produtores de petróleo cheguem a um acordo sobre a nova política de distribuição dos royalties mostra que após mais de um ano da publicação do artigo intitulado O Debate Sobre os Royalties Petrolíferos, pelo professor Helder Queiroz , a definição de uma nova política de distribuição das participações governamentais do setor de petróleo e gás natural entre os estados brasileiros ainda mostra-se rodeada por inúmeras incertezas.

Segundo o presidente do Senado, os governadores dos estados produtores, dos estados não-produtores e a União têm até o dia 15 de agosto de 2011 para chegar a um consenso sobre a partilha dos royalties do petróleo. Caso não haja um acordo que permita a votação da proposta que tramita no Congresso até a data estipulada, será colocado em votação o veto presidencial ao artigo que condiciona a distribuição dos royalties às regras do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM).

A possível revogação do veto presidencial à emenda que privilegia os estados não produtores em detrimento dos estados produtores, principalmente Rio de Janeiro e Espírito Santo, levará provavelmente a uma disputa judiciária indesejada por ambas as partes. É por este motivo que os lideres dos estados produtores e não produtores no Congresso buscam incessantemente um acordo que beneficie ambas as partes. A questão que se coloca é quais são os princípios que vão nortear esse acordo. Continue lendo »

What the impacts on the current revolution market of the shale gas?

In natural gas on 25/07/2011 at 00:15

By Edmar de Almeida 

The development of technologies for production of shale gas has been considered a revolution for business and economics of natural gas. Many agents and even the U.S. government believe that unlinking price of natural gas from price of oil in the United States is a structural phenomenon that reflects the new technological and geological context of the natural gas industry. There is a perception that the technological revolution of shale gas will affect permanently not only the U.S. gas industry, but also the global gas trade. Those believing this structural show the following arguments to support this view:

  • The current shale gas resources in the USA are equivalent to 3.5 times the volume of all proved reserves in the USA today. Moreover, the availability of shale gas resources is not restricted to USA. A recent survey conducted by Department of Energy (DOE) has pointed out the existence of large volumes of shale gas resources in 48 sedimentary basins in 32 countries, including Brazil, Argentina, Bolivia, Uruguay and Paraguay.
  • The technological learning process in the last 10 years has reduced dramatically the cost of producing shale gas. The main innovations were: i) reduction of the time for drilling wells, ii) improvement of horizontal drilling techniques, iii) improvement of geological knowledge in production areas, iv) development of hydraulic fracturing technology and standardization of equipment. These innovations have reduced production costs to less than US$ 3 per MMBtu, in the best producing areas. Continue lendo »

Qual o alcance dos impactos sobre o mercado da atual da revolução do gás de xisto?

In gás natural on 25/07/2011 at 00:10

Por Edmar de Almeida

O desenvolvimento das tecnologias de produção do gás de xisto vem sendo apontado como uma revolução para o negócio e a economia do gás natural. Muitos agentes e o próprio governo americano acreditam que o descolamento do preço do gás natural do preço do petróleo nos Estados Unidos é um fenômeno estrutural que reflete o novo contexto tecnológico e geológico da indústria do gás natural. Existe uma percepção de que a revolução tecnológica do gás de xisto afetará não apenas a indústria do gás americana, mas também o comércio mundial de gás de forma permanente. Os que acreditam nesta mudança estrutural apontam os seguintes argumentos para sustentar esta visão:

  • Os recursos existentes nos Estados Unidos de gás de xisto equivalem a 3,5 vezes o volume de todas as reservas provadas atualmente nos EUA. Além disto, a disponibilidade de recursos de gás de xisto não se restringe aos EUA. Um recente levantamento realizado pelo Departamento de Energia (DOE) apontou a existência de grandes volumes de recursos de gás de xisto em 48 bacias sedimentares em 32 países, incluindo Brasil, Argentina, Bolívia, Uruguai e Paraguai.
  • O processo de aprendizado tecnológico dos últimos 10 anos permitiu reduzir de forma radical o custo de produção de gás de xisto. As principais inovações foram: i) redução do tempo de perfuração dos poços; ii) aprimoramento das técnicas de perfuração horizontal; iii) melhoria do conhecimento geológico de áreas produtoras; iv) desenvolvimento de tecnologias de fraturamento hidráulico e padronização de equipamentos. Estas inovações teriam reduzido os custos de produção para menos de 3 dólares por Mmbtu, nas melhores áreas produtoras. Continue lendo »

From fossil fuels to renewables: the hard energy transition

In energy on 18/07/2011 at 00:30

By Ronaldo Bicalho

To prepare an energy policy that manages the hard transition from a fossil fuel economy to a low carbon economy is not an easy task.

The massive replacement of fossil fuels by renewable energy sources involves significant technological, economic and institutional changes. These changes go beyond the energy sector and cover subjects related to a set of values associated with the crucial role of energy in economic development and social welfare and relationship with natural resources and environment derived precisely from this centrality.

The compatibility between the imperatives of energy security and climate change, by penalizing fossil fuels and incentives to renewables, has been demonstrated much more complex than previously conceived.

The idea of bringing together the best of both worlds – the self-sufficiency and low emission, increased energy security and combat the factors causing climate change – concerning the expansion of renewable sources in the energy matrix has been facing relevant technological, economic and political-institutional obstacles.

The first obstacle is technological and concerns the requirement of significant advances in renewable technologies so they can actually compete with traditional technologies. These advances are related to overcome the problems associated with low capacity of storage, density and scale characteristics of the current stage of development of renewables. Continue lendo »

Dos fósseis aos renováveis: a difícil transição energética

In energia on 18/07/2011 at 00:10

Por Ronaldo Bicalho

A construção de uma política energética, que administre a difícil passagem de uma economia baseada nos combustíveis fósseis para uma economia de baixo carbono, não é uma tarefa fácil.

A massiva substituição dos combustíveis fósseis pelas fontes de energia renováveis envolve mudanças tecnológicas, econômicas e institucionais significativas. Essas mudanças transcendem o setor energético e abarcam temas que dizem respeito a um conjunto de valores associados ao papel crucial da energia no desenvolvimento econômico e no bem estar social e à relação com os recursos naturais e o meio ambiente derivada, justamente, dessa crucialidade.

A compatibilização entre os imperativos da segurança energética e os da mudança climática, mediante o recurso à penalização dos combustíveis fósseis e ao incentivo às renováveis, tem-se demonstrado na prática muito mais complexa do que o imaginado inicialmente.

A idéia de reunir o melhor dos dois mundos – a autossuficiência e a baixa emissão, o aumento da segurança energética e o combate aos fatores geradores da mudança climática – em torno da ampliação das fontes renováveis na matriz energética vem encontrando dificuldades tecnológicas, econômicas e político-institucionais crescentes.

A primeira dificuldade é tecnológica e diz respeito à necessidade de que haja avanços significativos nas tecnologias renováveis para que elas possam competir de fato com as tecnologias tradicionais. Esses avanços referem-se à superação dos problemas associados às baixas estocabilidade, densidade e escala, características do atual estágio de desenvolvimento das renováveis. Continue lendo »

Novas diretrizes para o setor elétrico: o debate europeu e a situação brasileira

In energia elétrica on 11/07/2011 at 00:10

Por Luciano Losekann

Nos dias 19 a 23 de junho, foi realizada a 34ª Conferência Internacional da IAEE (Associação Internacional de Economia da Energia) em Estocolmo. Esse é o principal encontro mundial na área de Economia da Energia, com a fronteira dos debates acadêmicos presente em suas sessões.

Nessa edição, o tema principal, que foi tratado nas plenárias de abertura e de encerramento da conferência, foi o desafio de promover a redução de emissões de CO2 na geração de eletricidade na Europa. É importante notar a plena incorporação da agenda ambiental na política energética para o setor elétrico na Europa. As principais referências acadêmicas de análise do setor elétrico da Europa têm orientado pesquisa para esse tema.

A diretiva da União Européia para fontes renováveis tem a meta ousada de atingir 20% de participação na matriz energética em 2020 (o que é parte do pacote 20 20 20[1]). O método escolhido para atingir esse objetivo foi o cap and trade, através do sistema ETS (Sistema de Comercialização de Emissões). O método fixa permissões de emissões negociáveis para os Estados Membros e o preço do carbono se ajusta às condições de mercado. Continue lendo »

The future of biofuels VIII: The contrasting strategies of major oil companies and the future of the bio-economy

In biofuels on 04/07/2011 at 00:30

By José Vitor Bomtempo

The recent Ethanol Summit organized by UNICA in São Paulo, on June 6th and 7th, it seemed to be an interesting event for the line of reasoning that we have developed this series of articles. In some way, the Ethanol Summit addressed clearly – for the first time, I guess, in a relevant event in Brazil – the issue of industry of the future. Of course, many subjects of specific interest for Brazilian ethanol industry were highlighted and addressed in most, but some plenary sessions and meetings on Future and Technology addressed issues not so urgent.

Due to the Ethanol Summit, we propose a change in this blog that seems to be consistent with what we have developed: no more talk about biofuels of the future but we will talk about he new industry which includes in addition to biofuels, bio-products, biorefining and other bios that may arise. How should we name this industry?   As initial suggestion we have chosen bio-economy, which seems pretty comprehensive. Thus, we can say that the Ethanol Summit has provided a discussion of a number of questions related to the development of bio-economy worldwide and particularly in Brazil. In fact, all the videos of conference and plenary sessions can be watched here.

We will highlight in this article the plenary session O futuro do petróleo e o papel dos biocombustíveis (The future of oil and role of biofuels). The plenary session brought together executives from four major oil companies on biofuels: BP, Petrobras, Shell and Total. Continue lendo »

O futuro dos biocombustiveis VIII: Os contrastes das estratégias das grandes empresas de petróleo e o futuro da bioeconomia

In biocombustíveis on 04/07/2011 at 00:26

Por José Vitor Bomtempo

O recente Ethanol Summit organizado pela UNICA, em São Paulo, nos dias 6 e 7 de junho, nos pareceu um evento interessante para a linha de raciocínio que temos desenvolvido nesta série de artigos. De certa forma, o Ethanol Summit colocou com clareza – pela primeira vez, me parece, num evento desse peso no Brasil – a questão da indústria do futuro. Claro que muitos assuntos de interesse específico da indústria brasileira de etanol foram destacados e preencheram boa parte da pauta, mas algumas plenárias e as mesas sobre Futuro e Tecnologia se dedicaram a questões não tão imediatas.

Aproveitando a deixa do Ethanol Summit, propomos uma mudança neste blog que nos parece coerente com o que temos desenvolvido: não falaremos mais de biocombustíveis do futuro mas da nova indústria que inclui além de biocombustíveis, bioenergia, bioprodutos, biorrefino e outros bios que surjam. Que nome dar a essa indústria?   Ficamos, como sugestão inicial, com bioeconomia, que nos parece bastante abrangente. Assim, podemos dizer que o Ethanol Summit nos proporcionou a discussão de uma série de questões ligadas ao desenvolvimento da bioeconomia no mundo e no Brasil em particular. Aliás, todos os vídeos das plenárias e conferências podem ser assistidos aqui.

Vamos destacar nesta postagem a plenária que teve por titulo O futuro do petróleo e o papel dos biocombustíveis. A plenária reuniu executivos das quatro empresas de petróleo mais importantes em biocombustíveis: BP, Petrobras, Shell e Total. Continue lendo »

Desenvolvimento econômico, energia e emissões de CO2

In energias renováveis on 27/06/2011 at 00:15

Por Jacqueline Batista Silva

A maneira como a energia – ponto de partida para o desenvolvimento econômico e social – foi historicamente empregada envolveu não apenas a utilização intensa dos recursos naturais como também, muitas vezes, a sua degradação.

A Agência Internacional de Energia, em um estudo de referência, o Clean Energy Progress Report, apresenta a assertiva de que é preciso quebrar o elo entre desenvolvimento econômico e emissão de CO2. Se lembrarmos que o estudo foi lançado num período em que os Estados Unidos enfrentavam (e continuam enfrentando) uma crise econômica de grandes proporções, essa perspectiva ganha ainda mais peso em termos de possibilidades de construir uma distinta visão de futuro. Algumas considerações do estudo merecem ser ponderadas aqui, iniciando uma série de discussões sobre o tema da utilização de energias limpas e renováveis – global e localmente. Há alguns temas pontuados no relatório que são úteis para revermos os itens centrais da questão. Continue lendo »

A solução para a crise do etanol: incentivos, subsídios, regulação ou defesa da concorrência?

In etanol on 20/06/2011 at 01:04

Por Thales Viegas

O mundo tem enfrentado um processo inflacionário puxado pelo vetor da alta nos preços das commodities. A ampliação da liquidez internacional ao longo da maior parte dos anos 2000 teria iniciado essa trajetória. Após os efeitos imediatos da crise financeira o preço das commodities voltou a subir. Na condição de insumos importantes de uma gama de atividades produtivas, esse aumento de preços se traduziu em inflação de custos para diversos setores. O aumento no preço da terra (que também tem um conteúdo especulativo) retroalimenta a inflação por meio dos produtos agrícolas, como é o caso da cana-de-açúcar.

O problema é que a história brasileira conformou uma cultura inflacionária que disseminou entre os agentes o hábito de remarcar preços para se defender e para garantir melhores margens de lucro. O resultado foi o estabelecimento de uma guerra por rendas entre os diferentes agentes econômicos que culminaria num processo hiperinflacionário e perduraria até meados dos anos 1990. A memória desse contexto recente ainda está impregnada nos agentes. Frente à ameaça de aumento de custos e após uma compressão de lucros (como aquela experimentada pelas usinas durante a crise financeira mundial), os formadores de preço buscam elevar sua margem na cadeia produtiva em relação aos outros elos e frente ao consumidor final. Continue lendo »

O Pré-sal e a eficiência energética

In energia on 13/06/2011 at 00:10

Por Renato Queiroz e Agenor Garcia*

O Brasil vem trilhando um processo de transformações econômicas estruturais que o colocará, em futuro próximo, em estágio de desenvolvimento no padrão de países desenvolvidos. Muitas ações e decisões ainda devem ser tomadas, é verdade, porém há um sentimento reinante interno no país de que as políticas econômicas que vêm sendo tomadas trarão bons frutos para as gerações futuras.

Os resultados das ações e programas sociais implantados nos últimos anos, no entanto, dão indicação aos  planejadores energéticos de que o país deve ter muita cautela nas decisões que visam a atender a demanda projetada de energia.

O crescimento da renda nacional e sua redistribuição farão com que o consumo de energia por habitante aumente signicativamente. O Brasil já é a 5ª quinta maior população do mundo, situando-se em torno de 191 milhões de habitantes. Os estudos do IPEA sinalizam que, dependendo da taxa de fecundidade, a população brasileira pode ficar entre 209 e 217 milhões de habitantes em 2020. E a sociedade brasileira tem muita demanda reprimida. A nova classe média que surge com as ações sociais e o aumento de renda busca um grau de igualdade de acesso aos bens.

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The future of shale gas and dynamics of the natural gas industry

In natural gas on 06/06/2011 at 00:30

By Marcelo Colomer

The development and improvement of horizontal drilling and hydraulic fracturing techniques have allowed the expansion for production capacity of natural gas in low permeability geological formations, especially in shale formations. In this new exploitation context, there is a growing shale gas production in the USA and Canada, where the increase in domestic supply of natural gas has completely changed the energy market.

However, despite the increase in Canada and USA shale gas production, there are still major uncertainties about the productive potential of natural gas in low permeability geological formations. This is explained not only by lack of geological data in specific shale formations, but also by high and still little-known environmental impacts of the shale gas production. Continue lendo »

O futuro do shale gas e a dinâmica da indústria de gás natural

In gás natural on 06/06/2011 at 00:10

Por Marcelo Colomer

O desenvolvimento e aperfeiçoamento das técnicas de perfuração horizontal e de fraturamento hidráulico têm permitido a expansão da capacidade de produção de gás natural em formações geológicas de baixa permeabilidade, especialmente em formações de xisto. Nesse novo contexto exploratório, destaca-se o crescimento da produção de gás de xisto nos EUA e no Canadá onde o aumento da oferta interna de gás natural vem modificando completamente o mercado do energético.

Contudo, apesar do aumento da produção canadense e norte americana de gás de xisto, ainda existem grandes incertezas a respeito do potencial produtivo de gás natural em formações geológicas de baixa permeabilidade. Isso se explica não somente pela inexistência de dados geológicos em determinadas formações de xisto como também pelos elevados e ainda pouco conhecidos impactos ambientais da produção de shale gas. Continue lendo »

Crise de oferta no mercado do etanol: conjuntural ou estrutural?

In etanol on 30/05/2011 at 00:15

Por Edmar de AlmeidaThales Viegas

Após queda nos preços do etanol, com o início da safra, a questão que fica para o Governo e para os consumidores é se a crise de oferta do etanol é uma questão conjuntural ou estrutural. Ou seja, este foi um problema pontual referente apenas à última entressafra ou algo que tende a se repetir nos próximos anos.

Para responder a esta pergunta é necessário uma análise mais cuidadosa dos fatores que estão detrás do problema.  A razão básica do recente pico de preços foi o desequilíbrio entre oferta e demanda. Algumas causas deste desequilíbrio são conjunturais. Entretanto, nos parece que existem outras cujos efeitos podem durar por um período mais longo de tempo.

Depois da crise de 2008, a demanda potencial de etanol cresceu muito à frente da oferta de etanol. Em março de 2011, o setor automotivo alcançou a marca de 13,19 milhões de veículos flex-fuel licenciados desde 2003 e a participação destes veículos na frota total de veículos leves alcançou 43%.  Somente em 2010 foram vendidos cerca de 3 milhões de veículos flex-fuel. Continue lendo »

Energy security and climate change: different views, several policies

In energy on 23/05/2011 at 00:30

By Ronaldo Bicalho

Energy security and climate change are the two main axes currently surrounded by the energy policies in the world.

Then, to ensure the supply of energy and reduce emissions of greenhouse gases have become major strategic objectives of Nation States in the energy field, with significant impact in the desired composition of the future energy matrix and setting the most appropriate strategies to achieve it.

However, the evaluation of the real consequences of these two objectives at the heart of energy policy needs a qualification. Especially, because Nation States perceive, hierarchized and insert into their set of public policies such goals, which, after all, translates into the amount of resources that, in fact, these States are willing to mobilize to achieve them. Continue lendo »

Segurança energética e mudança climática: diferentes visões, diferentes políticas

In energia on 23/05/2011 at 00:10

Por Ronaldo Bicalho

Segurança energética e mudança climática são os dois grandes eixos em torno dos quais se estruturam atualmente as políticas energéticas no mundo.

Com isto, garantir o suprimento de energia e reduzir as emissões dos gases de efeito estufa tornaram-se grandes objetivos estratégicos dos Estados Nacionais no campo da energia, com reflexos significativos na composição desejada da matriz energética futura e na configuração das estratégias mais adequadas para alcançá-la.

Contudo, a avaliação das reais conseqüências da presença desses dois objetivos no cerne da política energética necessita de uma qualificação. Principalmente, no que diz respeito à maneira como os Estados Nacionais percebem, hierarquizam e introduzem em seu conjunto de políticas públicas esses objetivos; o que, ao fim e ao cabo, se traduz no volume de recursos que, de fato, esses Estados estão dispostos a mobilizar para alcançá-los. Continue lendo »

Ethanol: from promise to problem

In biofuels, ethanol on 16/05/2011 at 00:30

By Luciano Losekann

Until recently, the Brazilian government highlighted the country as a world’s top ethanol exporter. Accordingly, in 2007, the Brazilian government published a study indicating the possibility of Brazil using  ethanol to meet 5% of global gasoline consumption and, with more advanced techniques, such portion could reach 10% in 2025 [1], with a production of 205 billion liters of ethanol in the country.

Four years later, perspective is completely different. The recent scenario of ethanol in Brazil is characterized by difficulties in supplying the fuel, high prices and need to import the product.

In April, prices of hydrous ethanol and anhydrous ethanol in power plants in São Paulo showed the maximum value ever of the past 10 years. On average, the price of hydrous ethanol at gas station reached 40% over the same period in 2010. As the price of anhydrous ethanol mixed with gasoline tripled during the same period, the price of gasoline was also affected, increasing 15%. Continue lendo »

Etanol: de promessa a problema

In etanol on 16/05/2011 at 00:10

Por Luciano Losekann

Até recentemente, o governo brasileiro destacava o país como potência mundial exportadora de etanol. Nesse sentido, em 2007, o governo brasileiro divulgou um estudo que apontava a possibilidade do Brasil atender com etanol a 5% do consumo mundial de gasolina e que, com técnicas mais avançadas, essa participação poderia chegar a 10% em 2025[1], com uma produção de 205 bilhões de litros de etanol no país.

Passados quatro anos, a perspectiva é totalmente distinta. O cenário recente do etanol no Brasil é caracterizado por dificuldades de abastecimento do combustível, preços disparados e necessidade de importação do produto. Continue lendo »

The future of biofuels VII – what does Brazilian role?

In biofuels on 09/05/2011 at 00:30

By José Vitor Bomtempo

In last article, we discussed the Petrobras strategy, arguably the most important actor in the future of energy in Brazil. We can infer from the initiatives of the company an effective participation in the biofuels industry. But this participation seems to occur in a view more committed to the current industry – so-called first-generation – than with the industry of the future – so-called advanced biofuels and other bio-products.

This perspective is supported when comparing Petrobras with other major oil companies such as Shell and BP (see the previous articles, the future of biofuels IV and V), which combine position in the current industry and a strategy for building new industry. Total is other oil company that has increased interestingly its portion on biofuels of the future. Total will be back on the next article. The question today is to examine the Brazilian role in the industry of the future and for this we must examine beyond the role of Petrobras. Continue lendo »

O futuro dos biocombustiveis VII – qual o papel do Brasil?

In biocombustíveis on 09/05/2011 at 00:10

Por José Vitor Bomtempo

Na postagem anterior, discutimos a estratégia da Petrobras, sem dúvida o ator mais importante no futuro da energia no Brasil. Vimos que se pode depreender das iniciativas da empresa uma postura de participação efetiva na indústria de biocombustíveis. Mas essa participação parece se dar dentro de uma visão comprometida mais com a indústria de hoje – dita de primeira geração – do que com a indústria do futuro – dita de biocombustíveis avançados e outros bioprodutos.

Essa perspectiva é reforçada ao se comparar a Petrobras com outras grandes empresas de petróleo, como a Shell, BP, por exemplo (ver as postagens anteriores; o futuro dos biocombustíveis IV e V), que combinam um posicionamento na indústria atual com uma estratégia de construção da nova indústria. Outra empresa de petróleo que tem reforçado de forma interessante sua participação nos biocombustíveis do futuro é a Total. Voltaremos ao caso da Total na próxima postagem. A questão hoje é examinar o papel do Brasil na indústria do futuro e para isso devemos examinar bem mais do que o papel da Petrobras. Continue lendo »

Effects of high oil prices: the accumulation of oil revenues in the OPEC countries

In oil on 02/05/2011 at 00:30

By Helder Queiroz*

In the article “The crisis in the Arab world and price of oil we highlighted that the volatility of prices would remain as a consequence of the sources of uncertainty. These are associated with political instability in the Arab countries and the need for restoration of geopolitical relations established between producing and oil importing countries.

At the end of the first quarter of 2011, some of the consequences of the conditions of volatility and high prices in international oil market must be reviewed.

Three high-interdependent aspects should be highlighted and qualified. Continue lendo »

Impactos da alta dos preços do petróleo: a acumulação de renda petrolífera nos países da OPEP

In petróleo on 02/05/2011 at 00:10

Por Helder Queiroz *

Na postagem sobre a crise política no mundo árabe e seus efeitos sobre o mercado internacional do petróleo foi destacado que a volatilidade dos preços permaneceria como resultado das fontes de incerteza. Estas estão associadas à instabilidade política nos países árabes e à necessidade de recomposição das relações geopolíticas estabelecidas entre países produtores e importadores de petróleo.

Cabe examinar, ao fim do primeiro quadrimestre do ano de 2011, algumas das consequências da permanência das condições de volatilidade e preços altos no mercado internacional do petróleo.

Três aspectos fortemente interdependentes merecem ser destacados e qualificados. Continue lendo »

Prices, costs and new regulatory framework for oil

In oil on 25/04/2011 at 00:30

By Thales Viegas

The production sharing agreement, in Brazil, changes significantly the role of costs and prices in oil activity regulation. First, costs have become the decisive factor for determining the surplus oil to be shared. Second, the price of oil may not only be a reference to the monetization of oil for each agent involved, that is, the price which pays the oil purchased by agent. It can also influence the magnitude of the sharing, if the price is a variable in the calculation that defines the percentage of surplus for the government. In some countries, to share profit oil with the government depends upon the price of oil. That is, the higher the price of oil, the greater the government’s portion for the profit oil.

By deduction, the production sharing agreement may fix the involvement of government in production, but also can allow it to alternate according to contract items previously agreed. Given the centrality of price and cost variables, the following analyses attempt to explain the interdependent dynamics of these two items. Continue lendo »

Preços, custos e o novo marco regulatório para o petróleo

In petróleo on 25/04/2011 at 00:10

Por Thales Viegas

A adoção do modelo de partilha no Brasil altera de forma significativa o papel dos custos e dos preços na regulação da atividade petrolífera. Primeiro, os custos se tornaram o elemento decisivo para a determinação do excedente em óleo a ser partilhado. Segundo, o preço do petróleo pode não ser apenas a referência para a monetização do petróleo de cada agente envolvido, ou seja, o preço que remunera o óleo apropriado pelo agente. Ele também pode influenciar na magnitude da partilha, caso o preço seja uma variável no cálculo que define o percentual do excedente que cabe ao governo. Em alguns países, a partilha com o governo do óleo lucro depende do preço do petróleo. Ou seja, quanto maior o preço do petróleo, maior é a parcela do governo no óleo lucro.

O contrato de partilha pode fixar a priori a participação do governo na produção, mas também pode permitir que ele varie conforme parâmetros pré-estabelecidos em contrato. Diante da centralidade das variáveis preços e custos, as análises que se seguem buscam lançar luzes sobre a dinâmica interdependente desses dois elementos. Continue lendo »

Impacts of the earthquake and the japanese nuclear crisis on the international natural gas market

In LNG, natural gas on 18/04/2011 at 00:20

By Marcelo Colomer & Edmar de Almeida 

One of the few existing consensus among energy experts at the moment is the recognition that the energy crisis, in particular the nuclear crisis in Japan after the great earthquake of March 11, will tend to benefit the international natural gas market. Many experts were in rush to point out a rapid redemption of the natural gas market after nearly three years of depressed prices. In fact, the price of natural gas and oil suffered a sharp drop from the 2008 crisis, remaining at a very low level, even after the recovery of price of oil in 2009. This expected price recovery in the gas market is considered as great relief by sector agents, although a more careful analysis of the current context of the market reveals that recovery may take longer than expected. Continue lendo »

Impactos do terremoto e da crise nuclear japonesa sobre o mercado internacional de gás natural

In gás natural, GNL on 18/04/2011 at 00:15

Por Marcelo Colomer e Edmar de Almeida

Um dos poucos consensos existentes entre os especialistas de energia neste momento é o reconhecimento de que a crise energética, em particular a crise nuclear que se estabeleceu no Japão após o grande terremoto do dia 11 de março, tenderá a beneficiar o mercado internacional de gás natural. Muitos especialistas apressaram-se em apontar uma rápida redenção do mercado de gás natural após quase três anos de preços deprimidos. De fato, o preço do gás natural, assim como o do petróleo, sofreu uma queda abrupta a partir da crise de 2008, permanecendo em um patamar muito baixo, mesmo após a recuperação do preço do barril em 2009. Esta esperada recuperação dos preços no mercado de gás é vista com grande alívio pelos agentes do setor, embora uma análise mais cuidadosa do atual contexto do mercado revele que esta recuperação pode levar mais tempo do que se gostaria. Continue lendo »

Fukushima Nuclear Accident: a dilemma for the world energy planning

In nuclear energy on 11/04/2011 at 00:30

By Renato Queiroz

The accident in Fukushima Daiichi power plant, located about 250 km from Tokyo, and the classification of the French Nuclear Safety Authority (ASN) on the explosions occurred in the Japanese generation plant that reached the level 6 (serious accident), in an international scale for nuclear events until level 7 [*] engraved energy experts worldwide. That adds a strong element of uncertainty for the global nuclear industry.

The INES level (6) means serious accident, stating that there was release of radioactive material and as consequences the adoption of measures to protect the population in the affected area.  This reflects the world public opinion, causing major concerns and pressure against the generation of electricity through this source.

Shortly after the accident, some experts, under the impact of the tragic news and images in real time, agreed with the thesis that the revival of the nuclear industry was being aborted.  Perhaps the question not discussed is: Without using nuclear energy, how can we meet the increasing consumption of energy required by societies in the coming years in a context of reducing emissions of greenhouse gases? Continue lendo »

Acidente nuclear de Fukushima: dilema para o planejamento energético mundial

In energia nuclear on 11/04/2011 at 00:15

Por Renato Queiroz

O acidente  na central de Fukushima Daiichi, situada a cerca de 250 km de Tóquio, e a classificação da  Autoridade de Segurança Nuclear da França (ASN) de que as explosões ocorridas na planta de geração  japonesa atingiram o nível 6 de gravidade, em uma escala internacional de classificação de eventos nucleares que vai até 7 [*], mexeu com os especialistas voltados às questões energéticas no mundo. O  fato acrescenta um forte elemento de incerteza para a indústria nuclear mundial.

O nível seis da escala INES significa acidente grave,  apontando que houve  liberação de material radioativo e traz como consequência a adoção, na área atingida,  de medidas que protejam a população.  Isso reflete na opinião pública mundial,  provocando grandes apreensões e pressões contrárias à geração de energia elétrica através dessa fonte.

Logo após o acidente, alguns especialistas, sob o impacto das trágicas notícias e imagens  em tempo real, concordavam com a tese de  que o renascimento da indústria nuclear  estaria  sendo abortado.  Mas talvez a questão que tenha faltado no debate foi: Como atender sem a nuclear ao crescente consumo de energia que as sociedades vão demandar nos próximos anos sob um contexto de redução das emissões de gases de efeito estufa? Continue lendo »

O contrato de partilha de produção: os riscos do fracasso

In petróleo on 04/04/2011 at 00:15

Por Edmar de Almeida

O ano de 2010 foi um ano de grandes mudanças no setor de petróleo no Brasil. O governo empregou um enorme capital político para negociar e aprovar uma nova lei do Petróleo. Após a aprovação do projeto de lei relativo ao contrato de Cessão Onerosa, todo o esforço do governo se concentrou na operação de capitalização da Petrobras. Este esforço envolveu a definição do valor dos 5 bilhões de barris de reservas que foram transferidos para a Petrobras e a articulação institucional para garantir o sucesso da operação de capitalização. A aprovação da nova lei do Petróleo, ainda que com pendências em relação à definição da questão da distribuição dos royalties, e a realização com sucesso da operação de capitalização da Petrobras configuraram um balanço extremamente positivo para a frente governista no ano de 2010.

O ano de 2011 se inicia com desafios não menos importantes que os enfrentados em 2010. O mais importante destes desafios é retomar as rodadas de licitação. O Governo já colocou em consulta pública as rodadas de licitação das áreas fora do Pré-sal. Estas licitações não envolvem grandes dificuldades técnicas e institucionais, pois representam uma continuação de um processo iniciado há uma década. O grande desafio será viabilizar os leilões para as áreas do Pré-sal com os novos contratos de Partilha da Produção. Esses envolvem enormes desafios técnicos, institucionais e políticos. Continue lendo »

O acidente nuclear no Japão, a escassez energética e a mudança climática global

In energia nuclear on 28/03/2011 at 00:15

Por Ronaldo Bicalho

O desastre ocorrido na central de Fukushima Daiichi no Japão colocou em xeque o processo de recuperação da imagem da energia nuclear como uma fonte segura e confiável. Esse fato gerou sérias dúvidas sobre a consistência da política energética de vários países que contavam com essa fonte para fazer face ao atual contexto energético de latente desequilíbrio entre a oferta e a demanda de energia e de crescente restrição ambiental ao uso dos combustíveis fósseis.

O impacto inicial desse acidente sobre a opinião pública foi muito desfavorável à expansão dessa fonte de energia na matriz energética e suscitou respostas políticas que apontaram na direção da reavaliação dos planos de construção de novas usinas. Esse movimento englobou desde a suspensão temporária do final da moratória nuclear alemã, até a sinalização da China e da Índia no sentido de reconsiderar seus planos de expansão da geração nuclear, passando pela intenção americana de também rever a segurança das suas centrais. Continue lendo »

Flex-fuel vehicles: understanding the choice of fuel

In biofuels, ethanol on 21/03/2011 at 00:31

By Luciano Losekann and Gustavo Rabello de Castro(*)

As previous article, models that allow you to choice fuel, gasoline or ethanol, rule cars for sale in Brazil. Flex-fuel vehicles already represent 46% of the Brazilian light vehicle fleet, whose portion should rise continuously.

Thus, most car owners can choose the fuel they use at the time of fueling. Thus, the demand for gasoline and ethanol becomes more volatile. Although other factors influencing consumer choice, such as autonomy and environmental impact, the relative price of fuels is the predominant criterion of choice. Continue lendo »

Automóveis flex fuel: entendendo a escolha de combustível

In etanol on 21/03/2011 at 00:05

Por Luciano Losekann e Gustavo Rabello de Castro

Conforme postagem anterior, os modelos que permitem a escolha do combustível utilizado, gasolina ou etanol, dominam as vendas de automóveis no Brasil. Os automóveis flexíveis (flex fuel) já representam 46% da frota brasileira de veículos leves, participação que deve se elevar continuamente.

Assim, grande parte dos proprietários de automóveis pode escolher o combustível que utilizará no momento do abastecimento. Desta forma, a demanda de etanol e gasolina se torna muito mais volátil. Ainda que outros fatores influenciem a escolha do consumidor, como autonomia e impacto ambiental, o preço relativo dos combustíveis é o critério preponderante de escolha.

Como podemos observar na figura 1, a evolução do consumo brasileiro de etanol e gasolina C[1] nos últimos três anos foi bastante influenciada pelo preço relativo do etanol (preço do etanol/preço da gasolina). Nos momentos em que o preço relativo é baixo, aumenta o consumo de etanol e diminui o de gasolina. Ocorrendo o contrário quando o preço relativo sobe. O comportamento do mercado no início de 2010 torna claro esse movimento. O preço relativo aumentou fortemente, fazendo despencar as vendas de etanol e elevar as vendas de gasolina[2]. Continue lendo »

The future of biofuels VI: Petrobras’ strategy

In biofuels on 14/03/2011 at 00:30

By José Vitor Bomtempo

In the previous article, we compared the BP and Shell’s strategies for biofuels. Today we present the case of Petrobras. We have to recall the reasons for the analysis. We start with a basic distinction between competition within the existing industrial structure – ethanol and biodiesel – and the competition in what we call biofuels and bioproducts industry of the future – new processes and new biofuels and bioproducts. In the first case we have a typical competition based on positioning within a known industrial structure. In the second case, the industrial structure is not yet established, and the basis of competition is the ability to innovate and shape the new industrial structure. These points are developed in more detail in previous articles of this the series.

It is also important to note that the first-generation biofuels industry conversion technologies are available to investors from accessible external sources such as engineering/technology companies and equipment manufacturers. In the biofuels industry of the future – based on innovation in new commodities, new processes, new products – a fundamental change is to move the source of technology into the companies; thus, the technology tends to be much more advanced in bioproducts of the future and, therefore, owned. Therefore, there are large differences in the technological strategies of the current industry and the future of the industry. Continue lendo »

O futuro dos biocombustiveis VI: a estratégia da Petrobras

In biocombustíveis on 14/03/2011 at 00:18

Por José Vitor Bomtempo

Na postagem anterior, comparamos as estratégias da BP e da Shell em biocombustíveis. Hoje, apresentamos o caso da Petrobras. Vale recordar rapidamente a fundamentação da análise. Partimos de uma distinção de base entre a competição dentro da estrutura industrial existente – etanol e biodiesel – e a competição no que denominamos indústria de biocombustíveis e bioprodutos do futuro – novos processos e novos biocombustíveis e bioprodutos. No primeiro caso, temos tipicamente uma competição baseada no posicionamento dentro de uma estrutura industrial conhecida. No segundo, a estrutura industrial ainda não está estabelecida e a base da competição é a capacidade de inovar e moldar a nova estrutura industrial. Esses pontos estão desenvolvidos com mais detalhes nas postagens anteriores da série.

É importante ainda notar que na indústria de biocombustíveis de primeira geração as tecnologias de conversão estão disponíveis para os investidores a partir de fontes externas acessíveis como as empresas de engenharia/tecnologia e fabricantes de equipamento. Na indústria de biocombustíveis do futuro – baseada em inovação em novas matérias-primas, novos processos, novos produtos – uma mudança fundamental é o deslocamento da fonte de tecnologia para dentro das empresas, com isto, a tecnologia tende a ser muito mais sofisticada nos bioprodutos do futuro e consequentemente proprietária. Existem portanto grandes diferenças nas estratégias tecnológicas entre a indústria de hoje e indústria do futuro.

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The crisis in the Arab world and price of oil

In oil on 28/02/2011 at 00:30

By Helder Queiroz

The current political crisis in the Arab world is already causing upheavals in the international oil market. After the worsening crisis in Libya, an OPEC member with production around 1.5 million barrels, the international prices of crude oil have risen significantly in recent days, reaching the level of US$ 108 per barrel for Brent crude.

The degree of uncertainty in the markets and the resulting volatility of prices tend to increase in the coming days, due to unpredictability for the political and economic consequences in Libya, but especially on possible developments in other OPEC countries.

Thus, the greatest fear of the agents operating in that market is about the possibility of disruption of supply. Under these conditions of uncertainty, the oil futures market is more active, multiplying significantly the number of transactions, causing an upward trend. This aspect is not particularly recent. In mid-2008, prices reached the level of US$ 145 and dropped to almost half that value at the end of that year. Continue lendo »

A crise no mundo árabe e o preço do petróleo

In petróleo on 28/02/2011 at 00:15

Por Helder Queiroz

A  atual crise política no mundo árabe já provoca sobressaltos no mercado internacional do petróleo. Após o agravamento da crise na Líbia, país integrante da OPEP e com produção de cerca de 1,5 milhões de barris, os preços internacionais do óleo bruto subiram de forma significativa, nos últimos dias, atingindo o patamar de US$ 108 para o barril do óleo do tipo Brent.

O grau de incerteza nos mercados e a consequente volatilidade dos preços tendem a ser ampliados nos próximos dias, dado que é praticamente impossível prever quais serão as consequências políticas e econômicas da crise na Líbia, mas sobretudo sobre eventuais desdobramentos em outros países da OPEP.

Desse modo, o maior receio dos agentes que operam nesse mercado diz respeito à possibilidade de ruptura da oferta. Nessas condições de incerteza, o mercado futuro do petróleo fica ainda mais ativo, multiplicando-se significativamente o número de transações, retroalimentando a tendência de alta. Esse aspecto não é particularmente novo. Em meados de 2008, os preços atingiram o patamar de US$ 145 e recuaram para praticamente a metade desse valor no final daquele ano. Continue lendo »

Uma agenda para a indústria de petróleo no Brasil nos próximos anos

In petróleo on 14/02/2011 at 00:15

Por Thales Viegas

A Associação Brasileira de Estudos em Energia – AB3E– promoveu no final do ano passado um seminário para discutir a agenda da política energética brasileira para o próximo governo. Esta postagem resume os pontos essenciais dessa agenda abordados na sessão específica desse seminário dedicada à indústria de petróleo no Brasil.

A indústria do Petróleo no Brasil ganhou ainda mais importância com as grandes descobertas na camada pré-sal. Um conjunto amplo de mudanças e desafios de natureza regulatória, macro e microeconômica e tecnológica deverá ser enfrentado nos próximos anos. O incremento projetado para a produção de petróleo nas próximas décadas figura entre os maiores do mundo. Desta forma, o Brasil tende a se tornar peça fundamental na geopolítica internacional, o que requer a criação de uma estratégia eficiente de comercialização e penetração do petróleo brasileiro frente à dificuldade de acessar os mercados internacionais. Continue lendo »

Questões sobre energia nuclear no Brasil

In energia nuclear on 31/01/2011 at 00:15

Por Thaís Vilela (*)

Diante de políticas mundiais de redução das emissões de dióxido de carbono e de utilização de fontes de energia alternativas aos combustíveis fósseis, cresce, no mundo, o debate sobre a utilização do combustível nuclear para a geração de energia elétrica. Apresentada por alguns pesquisadores como solução eficiente e viável economicamente, a energia nuclear encontra forte oposição da população, sendo, na maioria das vezes, associada a programas militares e à possibilidade de acidentes. Não é possível, de fato, negar tais associações, porém não é possível negar também o avanço dos procedimentos de segurança adotados, assim como a evolução tecnológica dos reatores nucleares.

Especificamente sobre a energia nuclear no Brasil, tem-se que as usinas nucleares de Angra dos Reis operam de acordo com as Convenções Internacionais de Segurança Nuclear e de Gerenciamento Seguro de Combustível Usado e Rejeitos Radioativos, seguindo, assim, rigorosos procedimentos de controle e de qualidade ao longo de todo processo produtivo, reduzindo, dessa forma, os riscos de acidentes. São muitos os trabalhos que apresentam os custos e os benefícios da utilização do combustível nuclear para a geração de eletricidade. Contudo, no Brasil, a discussão sobre energia nuclear deve ser mais do que uma simples apresentação das vantagens e desvantagens do uso do combustível nuclear.

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A future agenda for biofuels policy in Brazil

In biofuels on 17/01/2011 at 00:30

By Renato Queiroz

The Brazilian Association for the Study of Energy – AB3E – held on December 14, 2010, in Rio de Janeiro, a seminar to discuss the agenda for the Brazilian energy policy for the next administration. In the specific panel, where agenda for biofuels was discussed, there were two approaches: one from representative of Petrobras, Eduardo Correia, Competitive Strategy area, who identified a number of critical uncertainties that influence strongly the biofuels market, developing initially from these uncertainties four exploratory scenarios and selecting two scenarios for the next 20 years, and the other one from professor José Vitor Bomtempo, Energy Economics Group, who assessed the future of the biofuels industry in a strategic approach with assumptions that break current paradigms.

This article presents the considerations from these experts and question on the topic that will surely be discussed by energy policy agenda developers for future years. Continue lendo »

Uma agenda futura para a política dos biocombustíveis no Brasil

In biocombustíveis on 17/01/2011 at 00:12

Por Renato Queiroz

A Associação Brasileira de Estudos em Energia – AB3E – promoveu em 14 de dezembro de 2010 no Rio de Janeiro um seminário para discutir a agenda da política energética brasileira para o próximo governo. No painel específico em que se discutiu a agenda para os bicombustíveis observaram-se duas abordagens: a do representante da Petrobrás, Eduardo Correia, da área de Estratégia Competitiva que identificou uma série de incertezas críticas que influenciam fortemente o mercado de biocombustíveis, desenvolvendo inicialmente, a partir dessas incertezas, quatro cenários exploratórios e  selecionando dois cenários para um horizonte nos próximos 20 anos; e a do professor José Vitor Bomtempo do Grupo de Economia da Energia que avaliou o futuro da indústria de biocombustíveis sob um enfoque estratégico com premissas que quebram os atuais paradigmas.

A presente postagem apresenta as reflexões desses especialistas e coloca questões sobre o  tema que certamente estarão na mesa de discussões dos formuladores da agenda de política energética para os anos futuros.

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Uma agenda para o gás natural no novo governo

In gás natural on 03/01/2011 at 00:13

Por Marcelo Colomer

No dia 14 de dezembro de 2010 foi realizado no Rio de Janeiro pela Associação Brasileira de Estudos de Energia – AB3E – o seminário “Uma Agenda para a Política Energética Brasileira nos Próximos 4 Anos”. Entre todos os temas abordados destaca-se o papel do gás natural na passagem de uma matriz energética predominantemente fóssil para uma matriz energética sustentada em energias renováveis. Nesse contexto, faz-se necessário pensar em uma nova agenda para o gás natural no Brasil.

O cenário atual que se põe à indústria de gás natural mostra-se muito diferente do cenário sobre o qual foi elaborada a lei 11.909. As incertezas sobre a segurança do abastecimento de gás natural, trazidas pela reestruturação do setor de hidrocarbonetos na Bolívia em 2006, e o crescimento acelerado da demanda davam sinais de que o Brasil passaria de uma situação de excesso para uma situação de escassez de gás natural. Continue lendo »